Análise: Voice of Cards: The Forsaken Maiden

No final do ano passado fomos surpreendidos com Voice of Cards: The Isle Dragon Roars, produzido pela mesma equipe dos jogos da série NieR e Drakengard. Um RPG tradicional construído com cartas e uma ambientação inspirada nos bons momentos de RPGs de mesa. E nesse começo de 2022 fomos surpreendidos de novo com a continuação Voice of Cards: The Forsaken Maiden, lançado em 17 de fevereiro para PlayStation 4, Switch e Steam.

Esse segundo jogo carrega sim muitas similaridades ao seu antecessor, tanto que algumas pessoas até acharam se tratar de um DLC. Mas não, é um título independente e que pode ser aproveitado mesmo por aqueles que não conhecem The Isle Dragon Roars. E embora ele tenha sim muitos elementos similares, por ser um jogo sustentando muito por sua narrativa, é uma nova iniciativa muito bem vinda.

The Forsaken Maiden traz a história de um conjunto de ilhas, cada uma protegida por uma Donzela que, por sua vez, possui um companheiro/guardião ao seu lado. Nós, como protagonistas, vivemos em uma dessas ilhas que, por algum motivo, está sem uma donzela e caminha para a ruína. Mais estranho, as pessoas parecem já ter aceito esse destino.

Como heróis desse conto, e acompanhados por Laty, uma possível pretendente ao posto de Donzela, e Lak, um estranho espírito, partimos em busca das outras donzelas em uma jornada para salvar nossa terra natal.

Ao contrário do primeiro jogo, que tinha uma premissa bem direta, The Forsaken Maiden tem uma narrativa em um ritmo mais sinuoso, desde o começo já jogando algumas dúvidas na nossa cabeça. Mas igual seu antecessor, espere por bons personagens e uma trama que facilmente vai te prender.

Isso é colaborado pela forma como a história é contada, novamente com o Game Master em um ótimo trabalho narrativo. Mesmo com uma nova Voz das Cartas, o trabalho mantém o ótimo nível do primeiro jogo. Destaque também para a ótima trilha sonora, mantém o mesmo nível, trazendo melodias novas com a mesma qualidade.

No quesito gameplay, The Forsaken Maiden traz algumas pequenas mudanças em relação ao seu antecessor. A mais significativa ao meu ver é a possibilidade de até quatro membros ativos na batalha ao mesmo tempo – embora em alguns momentos seu grupo seja composto por três heróis. O número de habilidades ativas aumentou de quatro para cinco e todos possuem uma carta fixa para gerar 1 gema.

Esses momentos com quatro personagens, via de regra, são compostos por você, Laty e uma das duplas de donzela/guardião. Essas duplas, além das habilidades normais, possuem uma técnica conjunta, a Link Skill. Mais poderosa, e consequentemente mais cara, essa habilidade traz uma animação com ambas as partes. É interessante que cada integrante da dupla possui uma habilidade dessa, mas elas não são as mesmas – possuem pequenas diferenças em relação ao dano final e status secundários.

Outro ponto interessante, o dano Elemental ganhou mais importância nesse jogo. Em parte porque pela própria história esse atributo tem maior destaque, e isso foi refletido nas batalhas. Mas em termos de forma de uso, é da mesma forma que no primeiro game.

Vale mencionar a navegação pelo mapa. Literalmente. Pelo cenário do game se passar em um arquipélago, a exploração no mapa-múndi se dá em um barco, trazendo um espaço inicial bem maior de exploração. Obviamente nem tudo estará acessível logo de cara, mas ficou interessante a transição entre mar aberto e terra firme. As lutas aleatórias e os eventos surpresa continuam funcionando da mesma forma. Fuçar cada canto pode ser muito recompensador.

Por último o Parlour está de volta e funciona da mesma maneira. Para quem não conhece é um jogo de cartas que usa um baralho normal em uma disputa entre dois jogadores. As partidas multiplayer também estão disponíveis. Só não consegui confirmar se há o cross-play entre os dois títulos “Voice of Cards”, mas eu acredito que não.

Em um primeiro momento Voice of Cards: The Forsaken Maiden pode ser “mais do mesmo” e, de certa forma, não deixa de ser verdade. Mas sob hipótese alguma isso é um demérito, pelo contrário. O clima relaxante e confortável ainda é o mesmo. As mecânicas e a estética usadas no primeiro foram bem ajeitadas e poder voltar a elas sob uma nova trama é um privilégio. As mudanças de gameplay não foram drásticas, mas devem agradar quem passou por The Isle Dragon Roars. Ao mesmo tempo, quem é novo não deve ter problemas nessa nova aventura.

Confira abaixo o começo do gameplay que fiz lá no meu canal da Twitch!

Análise produzida com cópia digital de PS4 cedida pela Square Enix



Bruce

Jornalista, Game Designer e perito na arte das piadas de qualidade questionável. Adora sofrer em soulslike, perder horas em jRPGs e passar a vida no Final Fantasy XIV

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