Análise: Greak: Memories of Azur

Greak: Memories of Azur é primeiro projeto do estúdio mexicano Navegante Entertainment e dá pra dizer com tranquilidade que é um começo bastante promissor. Com gráficos e músicas maravilhosas e uma gameplay que envolve o controle de mais de um personagem para solução de puzzles, o game é uma ótima opção para quem busca um bom jogo de plataforma. O jogo está disponível para Xbox Series S | X, PlayStation 5, Switch e PC.

O game conta a história dos irmãos Greak, Adara e Raydel, três Courines, uma raça que habita o arquipélago de Azur deste tempos antigos e defende essas terras dos Urlags. Porém nos últimos anos esse inimigos conseguiram uma misteriosa força e lançaram uma ofensiva implacável contra os Coruines que viram como última alternativa de sobrevivência abandonar Azur. E é nesse fim de ciclo que se passa a aventura.

A jornada começa com o pequeno Greak, que é resgatado por guardiões de uma das últimas vilas de Courines. Ao mesmo tempo que precisa se reunir com seus irmãos, o garoto também vai ajudando as pessoas da vila na construção do dirigível que irá tirar todos de lá. E por favor, não entenda isso como uma lista imensa de missões secundárias. Há uma pequena lista de missões mas praticamente todas servem para a história principal, montando as peças para a evolução do roteiro.

A ambientação do jogo é um dos pontos de destaque. As pessoas da vila vivem um momento de esperança e descrença. Estão tristes por terem que fugir de sua terra natal mas ainda alimentam um fio de alegria pelo potencial dos dias futuros. É algo bem suave no começo e que fica mais intenso conforme o jogo se aproxima do final e que fica muito bem amarrado. Bom frisar que o jogo está com textos totalmente em português do Brasil.

Por conta dessa estrutura ficamos com aquele gosto de que o mundo de Azur é muito maior do que nos é mostrado. As lendas e costumes são abordados em pequenos textos em livros ou nas falas de personagens. Temos a sensação de que é um universo muito rico mas até pela temática da fuga, fica a sensação de estarmos perdendo algo,  algo que casa com a proposta da narrativa. Os Courines estão fugindo às pressas e seu objetivo é reunir seus irmãos e sair daquela ilha. O resto ficará na memória.

Ajudam a contar essa história os gráficos belíssimos, com uma riqueza de detalhes que impressiona. Tanto as animações dos personagens ou NPCs como os cenários de fundo receberam um cuidado louvável. Ao longo da campanha é possível ver a passagem do tempo e com ela novas animações e falas das pessoas da vila. A trilha sonora, totalmente orquestrada, também ajuda a entregar uma boa imersão, entrando sempre no momento certo e no tom necessário. Além de serem execuções excelentes.

Blood Brothers

Greak: Memories of Azur é basicamente um jogo de plataforma de aventura, na qual cada irmão possui um conjunto de habilidades diferentes. Greak é ágil no combate com espadas, Adara pode usar magia e consegue ficar mais tempo embaixo d’agua e Raydel pode se pendurar em lugares mais altos com um gancho, além de possuir um escudo. Em termos de combate o game é bem simples e até “fácil” de certa forma. Mesmo nos chefes, exceto por um confronto, o caminho mais fácil é juntar todo mundo em cima dele e bater com tudo.

A grande força do game está na resolução dos puzzles pelos cenários, combinando a ação dos irmãos. Na maior parte do game teremos o controle de Greak e Adara e só com eles dois já temos bons exemplos de uso das habilidades de cada um. Raydel entrar mais na frente da história, o que é uma pena, pois quando os três estão juntos que chegam as melhores partes no level desing.

Felizmente os controles são simples e fáceis de pegar. O único comando que me deu certa dificuldade pra assimilar foi o gancho de Raydel, que na minha opinião, poderia ter um comando diferente da besta de Greak ou da magia de Adara.

Cada irmão se move de forma independente sendo possível controlar todos de uma vez usando o botão LT/L2. Essa movimentação, necessária para dar dinamismo ao jogo, funcionou muito bem. Os personagens vão certinho no caminho, dando muita fluidez ao jogo. Quando separados é preciso ficar atento pois ficam suscetíveis a ataques de inimigos e, se um só morrer, é game over – embora devo dizer que esses momentos são bem raros.

Greak: Memories of Azur é um excelente jogo de aventura, uma jornada leve que nos traz uma bela história entre irmãos de uma sociedade arruinada mas que ainda carrega uma chama de esperança. Em termos de gameplay traz mecânicas de combate simples, mas o grande foco do jogo são os puzzles do cenário que envolvem a movimentação alinhada de cada parte. E isso Greak faz com louvor. Tudo isso ilustrado por ótimos gráficos e músicas. Uma jornada que nos mostra que, mesmo quando tudo parece perdido, sempre há um fio de esperança para continuar.

 

Análise produzida com cópia digital de PC (Steam) cedida pela Team17

 



Bruce

Jornalista, Game Designer e perito na arte das piadas de qualidade questionável. Adora sofrer em soulslike, perder horas em jRPGs e passar a vida no Final Fantasy XIV

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