Prévia: Humankind – Demo “Lucy OpenDev”

Anunciado em 2019 pela Sega, Humankind é um jogo de estratégia por turno desenvolvido pela Amplitude Studios. Nele o jogador terá a oportunidade evoluir a humanidade do período pré-histórico até possíveis futuros – e não necessariamente seguir o mesmo curso que encontramos nos livros de história até a atualidade. O game promete ser um rival a altura de Civilization, principal nome nesse estilo. E nós tivemos acesso ao “Lucy OpenDev”, demo que traz um pouco do que deve estar por vir. Importante: o jogo será totalmente localizado para português em seu lançamento, mas a demo ao qual tive acesso estava em inglês.

Antes de falar do jogo em si, gostaria de ressaltar que a minha visão do jogo é de alguém que está começando nesse segmento de games de estratégia. Assim, não tenho como fazer comparativos detalhados com outros jogos, mas acho que tenho experiência suficiente para escrever o que me agradou ou não. E no fim das contas, trazes novos públicos é importante para qualquer obra, não?

Vamos ao jogo em si. Após escolher um avatar (que pode ser personalizado na versão final), o jogador começa um pequeno grupo de nômades no período Neolítico. Na demo estavam disponíveis 4 Eras (Antiga, Clássica, Medieval e Início da Moderna). Desse pequeno núcleo cabe começar a juntar recursos e começar a fixar território para as próximas evoluções. Ao mesmo tempo outros povos também fazem suas marchas rumo ao próximo nível. Na demo as partidas sempre com oito jogadores (eu mais sete comandados pela Inteligência Artificial) em um mapa pré-determinado. No jogo final os mapas serão gerados randomicamente.

As interações com outros povos já se abrem desde o começo, cabendo ao jogador decidir como lidar com esses encontros. Evidentemente que nos primeiros turnos a escala dos acontecimentos é pequena, mas conforme os impérios vão se formando, as proporções são ampliadas. Em paralelo a isso, as evoluções do seu Estado começam a surgir na forma da criação da agricultura, construção de ferramentas, etc. Já nesse inicio podem aparecer as primeiras escolhas narrativas, que poderão guiar o jogador para caminhos diferentes e conduzir a resultados variados ao longo da evolução.

Não demora muito para que mudemos para Era Antiga. que começa a trazer mais camadas de complexidade. Temos que escolher alguma cultura antiga que se alinhe ao nosso planejamento de jogo. De egípcios a babilônicos e persas, cada cultura enfatiza algum aspecto importante: religião, filosofia, guerra, domínio dos mares, etc. Essa escolha de culturas se aplica a cada mudança de era, sendo que tive disponível 40 opções ao todos na demo, abrindo um leque de possibilidade e misturar. Não há um certo ou errado.

Além dessas opções, no meio das eras há mais caminhos a serem seguidos: sua civilização será orientada pela razão ou pela religião? Será um governo democrático ou ditatorial? A própria satisfação do seu povo é um fator importante que pode gerar novos acontecimentos.

Junto com suas escolhas, os outros NPCs também fazem as deles e isso influencia diretamente no desenrolar do game. Não demorou muito para que outros líderes me enviassem propostas de acordos, que envolvem comércio, troca de conhecimento, políticas de fronteiras e acordos militares. O jogador é livre para decidir se aceita, recusa ou faz um contra proposta (assim como ele mesmo pode enviar um tratado primeiro). A partir do momento que não falamos mais de povos esparsos mas reinos em formação, saber formar alianças (ou não) é muito importante.

Da mesma forma, se sua ideia é partir para a guerra os combates funcionam de forma bem precisa, com a interface do jogo já te mostrando informações prévias que ajudam a decidir se a luta será favorável ou não – número de combatentes e o nível deles, vantagens de terreno, etc.  Ponto interessante nisso é que mesmo um ataque descuidado da minha parte a uma tropa aliada o não desencadeou um guerra instantânea. Isso se tornou uma crise entre as nações, mas foi algo que pode ser resolvido.

Saindo um pouco das estruturas e falando mais da minha experiência geral com a demo, digo que a impressão foi bastante positiva. Embora seja um jogo que demande atenção e tenha vários sistemas que precisam ser evoluídos e tomadas de decisão importantes, tudo me pareceu funcionar de forma natural. A interface do jogo faz um ótimo trabalho aqui, sendo clara e objetiva. E em um jogo de estratégia desse nível, o fácil acesso à informação é vital para um bom desempenho.

Como alguém sem muita bagagem no estilo, vejo Humankind sendo uma potencial boa alternativa para se aventurar no gênero. Ao mesmo tempo, como todas as estruturas e potenciais evoluções que o game oferece, acredito que seja também uma opção interessante para veteranos.

Humankind será lançado dia 22 de abril de 2021, exclusivamente no PC.

Chave do jogo cedida pela Sega (via Assessoria de Imprensa)



Bruce

Jornalista, Game Designer e perito na arte das piadas de qualidade questionável. Adora sofrer em soulslike, perder horas em jRPGs e passar a vida no Final Fantasy XIV