Oito bons álbuns da última década

Eu sei que o período de fazer as “listas de melhores qualquer coisa” está quase acabando mas como os trabalhos por aqui começaram um pouco mais tarde, acho justificável. E no fim das contas sou eu que toco o barco aqui no site, então é assim que meu fusca vai andar.

Resolvi fazer uma seleção de alguns dos meus álbuns preferidos lançados nesses últimos 10 anos. Não são os mais influentes ou inovadores, apenas os que mais gostei. Provavelmente eu vou esquecer de alguma coisa, outras não vou citar porque não ouvi mas é assim que listas funcionam. No final de tudo é um bom exercício para rever algumas coisas boas que acabaram ficando perdidas pelo tempo.

Antes de irmos para a lista em si, gostaria de ressaltar um detalhe bastante interessante que me veio a mente conforme escrevia a lista, a importância do streaming. Conhecer novas bandas ou mesmo dedicar mais atenção as antigas se tornou muito mais prático, o que é algo bem legal. Se tem algo que não sinto saudade dos anos 2000 é ficar caçando download em blogs alternativos ou programas de compartilhamento que pareciam uma roleta russa.

Epica – The Quantum Enigma (2014)

O Epica foi para mim por muito tempo uma daquelas bandas que você conhece, já ouviu uma ou duas músicas famosinhas mas e fica nisso. E isso só foi mudar graças à tecnologia. The Quantum Enigma foi lançado mais ou menos na mesma época que o Spotify chegou aqui no Brasil e isso facilitou bastante meu acesso a obra – de outra forma talvez eu nem soubesse que o disco iria sair.

Sobre o trabalho em si, as 13 faixas do álbum são bem trabalhadas e mostram Simone Simons e companhia em ótima forma. Posso estar enganado mas me pareceu que, na média, as composições também ficaram mais pesadas em relação ao discos anteriores, com um bom trabalho das guitarras. Tive a oportunidade de ver o show deles dessa turnê, o que só confirmou a qualidade das músicas novas.

Avantasia – Ghostlights (2016)

Escolher um único álbum do Avantasia para entrar nessa lista foi meio difícil, visto que foram 5 lançamentos desde 2010. E quase que eu coloquei The Wicked Symphony como o maior destaque mas, no final das contas, Ghostlight acabou ganhando por bem pouco.

O disco foi meu reencontro com a banda, pois o álbum anterior passou totalmente batido por mim por motivos diversos. E que porrada! Confesso que a primeira faixa, Mystery of A Blood Red Rose, não é das minhas preferidas mas de Let the Storm Descend Upon You em diante, é um show de maravilhas. Todos os vocalistas convidados arrasam em suas participações, dos sempre presentes Michael Kiske e Jorn Lande até estreantes na banda, como Marco Hietala e Herbie Langhans.

Iced Earth – Dystopia (2011)

Primeiro trabalho após a segunda saída de Matt Barlow da banda, Dystopia foi um disco que eu tinha bastante expectativas. Já sabíamos que substituir Barlow na banda não era tarefa fácil mas Stu Block, novo frontman da banda, surpreendeu com seu vocal igualmente poderoso. Quanto ao resto do trabalho, é o bom e velho Iced Earth de sempre, o que é bom. Alias ouvindo o disco novamente e ele tem um estilo bem próximo ao que a banda fazia até o Horrow Show. Imagino se isso foi proposital para “amaciar” os ouvidos dos fãs.

Metallica – Hardwired…to Self-Destruct (2016)

Esse aqui já era carta marcada na lista. Mas embora eu admita que sou extremamente suspeito para falar de Metallica, Hardwired é sem dúvida um excelente trabalho. Acredito ser justo dizer que é uma verdadeira compilação de tudo que a banda já fez em seus mais de 30 anos de estrada. Desde o Kill’em All até o Death Magnetic, está tudo lá, passando por Black Album e a fase Load/Reload (St. Anger talvez?). Para mim um disco que ocupa um lugar no topo ao mesmo lado dos grandes clássicos do quarteto.

Frozen Crown – The Fallen King (2018)

O disco de estréia do Frozen Crown foi um caso de amor a primeira ouvida. Talvez um resultado da eficiência dos algoritmos do Spotify? Talvez. Mas isso não diminui o fato do trabalho ser um power metal honesto e bem trabalhado. O resultado final do disco são músicas diretas, refrões daqueles de sair cantando e boas linhas vocais. Não consigo destacar um músico específico da banda, não por terem qualidade, mas por terem feito um trabalho bastante encaixado. Para quem procura bandas novas, esta ai uma ótima pedida.

Kamelot – Haven (2015)

O Kamelot é uma daquelas bandas que tem uma discografia quase que impecável. Mesmo com a saída do excelente Roy Khan a banda manteve um alto nível nos lançamentos dessa última década. Dessa nova fase, composta por três discos, o meu favorito é Haven, de 2015.

Não há nenhuma mudança brusca da linha que o Kamelot já vinha fazendo, sendo uma evolução natural do trabalho. Apesar de não surpreender nesse quesito (e não acho que isso seja um ponto negativo), a qualidade das composições e sua execução é soberba. Uma banda extremamente afiada, talvez já explorando melhor a nova formação nesse seu segundo disco juntos.

Iron Maiden – Final Frontier (2010)

O penúltimo álbum de estúdio do Iron Maiden é… bom… um disco do Iron Maiden. As solos de guitarra, Bruce candando horrores, o baixo único de Steve Harris, está tudo lá. Seguindo a tendência dos trabalhos recentes da Donzela, ele traz na média músicas mais longas e trabalhadas, mas sem os excessos do A Matter of Life and Death, de maneira geral.

 

 

Anthrax – Worship Music (2013)

O Anthrax vinha em uma fase complicada com suas trocas de vocalistas e sem um rumo muito definido. Felizmente os shows do Big 4 acabaram por ajudar a colocá-los no prumo. Com o retorno de Joey Belladonna aos vocais o grupo voltou com um excelente trabalho, nove anos após seu último disco de estúdio, We’ve Come for You All,. Algo até meio surpreendente dada a bagunça na formação e o hiato que a banda vivia na época.



Bruce

Jornalista, Game Designer e perito na arte das piadas de qualidade questionável. Adora sofrer em soulslike, perder horas em jRPGs e passar a vida no Final Fantasy XIV

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