MasterShows: Metallica – 19/09/2013 – Meet and Greet Rio
No último dia 25 de abril aconteceria o show do Metallica aqui em São Paulo. Devido à pandemia do COVID-19, a apresentação foi adiada para 18 de dezembro. Meu ingresso já está comprado, então devo estar lá se o show não for adiado/cancelado de novo. Por conta disso resolvi trazer minha experiência da segunda vez que vi a banda ao vivo, no Rock in Rio 2013. O dia que eu virei amigo do Lars.
Essa história começa em meados de março de 2013, primeiro dia de venda de ingressos para o público geral do Rock in Rio. Por motivos que a vida desconhece, meu objetivo era comprar uma entrada para o domingo, dia do Iron Maiden, que também trazia Slayer, Avenged Sevenfold, André Matos + Viper, Helloween + Kai Hansen e Sepultura + Zé Ramalho. Foda né? Claro que a fila para comprar estava cretina e não estava rolando. Nesse meio tempo, meu grande amigo Cauê manda mensagem “Comprei para o dia do Metallica, você não vai?”. Era hora de pensar rápido. Metallica é minha banda favorita, mas na soma das apresentações, o outro dia era bem melhor. Mas como dizem “melhor uma palheta na mão do que duas voando”. Decisão tomada, ingresso comprado.
Bilhete na mão, talvez fosso o momento de me preocupar com os detalhes da viagem – nunca tinha ido para o Rio de Janeiro e menos ainda viajado de avião – mas claro que isso ficou para depois. O próximo passo foi me associar ao fã clube do Metallica.
O Met Club
Na época o acesso ao clube acontecia mediante uma anuidade de US$60 (cerca de R$120, bons tempos). Como benefícios uma camiseta exclusiva, 4 edições da revista SoWhat! (que atualmente é só digital) e mais alguns brindes. Contudo, o principal atrativo era a chance de concorrer ao Meet & Greet que a banda costuma realizar antes de seus shows. Atualmente a inscrição ao Met Club é gratuita e esses sorteios ainda ocorrem, mas dividem espaço com aqueles pacotes que custam o olho da cara.
Uma vez feito o cadastro, nossa história pula para o começo de setembro, abertura das inscrições do Meet and Greet. Mas antes um parenteses: a ansiedade do show foi tal que eu meio que larguei mão de alguns detalhes, como as passagens de avião. Não cheguei a comprar em cima da hora, mas eu poderia ter economizado mais com isso.
Caneladas a parte, faltando duas semanas para o show toda a parte técnica estava resolvida. Confesso que por mais que soubesse que seria difícil ganhar, ainda havia aquele 1% sonhador que pensava no “e se?”. Dia 15 de setembro, quatro dias antes do show, chegou um e-mail que respondeu essa pergunta.
Operação: Metallica
Minha viagem para o Rio de Janeiro foi algo bastante regrado. Partido aqui de São Paulo na noite da véspera, eu tinha todos meus passos mais ou menos programados para não me perder e tentar não me envolver com problemas. Por isso não fui em praia, pontos turísticos, restaurantes, nada. E sinceramente eu não me importo muito com isso. Felizmente deu tudo certo e na tarde da quinta-feira eu estava no Rock in Rio.
No e-mail de instruções eu deveria aparecer pontualmente as 18:00 ao lado do palco. Lá um representante da banda iria levar todos os ganhadores para o backstage. Claro que atrasou: nos avisaram que houve um atraso e o novo horário seri as 19:00. Ao menos deu para ver o show do Sepultura com o Les Tambour du Bronx. Logo que acabou, fomos chamado pelo staff.
Éramos umas 20 pessoas ao todo. Pegamos uma van que nos levou para os camarins, que não ficavam diretamente ali atrás, mas do outro lado do evento. E lá esperamos por uma hora, talvez um pouco mais, todos enfileirados em uma parede. E a cada minuto a ansiedade crescia exponencialmente. Qualquer movimentação já era motivo de atenção. Até que, depois de muita espera surge Robert Trujillo. Bem mais contido do que costumamos ver no palco, vai de um a um cumprimentando, autografando itens e tirando fotos.
Vale dizer que a organização já avisa bem antes que não necessariamente todos os membros da banda poderão participar. Assim, é normal que não apareçam todos juntos. Da mesma forma, a ansiedade não passa de uma vez, pois fica a expectativa de quando virão os outros caras, ou mesmo se virão todos. É até meio assustador.
Felizmente logo que Rob saiu apareceram Kirk Hammet e Lars Ulrich. Enquanto Kirk também foi mais comedido – mas sempre atenciosos, bom frisar – , Lars faz juz à sua fama de falar mais do que a boca. Embora o tempo fosse curto, fez questão de perguntar pra todo mundo de onde veio, o que queria ouvir no show, ou qualquer outra gracinha. Aliás, ele ficou impressionado quanto se deu conta que nenhuma das pessoas que estavam ali no Meet & Greet do Rock in Rio eram do Rio de Janeiro.
Fun Fact: No nosso grande diálogo de poucos segundos, Lars me perguntou qual música eu gostaria de ouvir no show. Citei The Memory Remains, que foi a primeira música do Metallica que conheci. Guarde essa informação.
Essa sensação de conhecer alguém tão distante é estranha. São pessoas que você nunca viu na vida mas que fazem parte dela de forma muito profunda, nesse caso do Metallica. Músicas que me acompanharam em momento bons e ruins, que explodiram minha cabeça ou apenas me confortaram em situações complicadas. Ter a oportunidade de se fazer presente a essas pessoas e dizer um “obrigado pelo seu trabalho” por algo que elas nem sabiam que tinham feito é curioso.
A experiência só não foi completa pois James Heffield não apareceu. Pelo que ouvimos, ele não pode ir por ter ficado preso dando entrevistas para a TV. Foi um banho de água fria, não minto. Fica para próxima, não é mesmo?
É hora do show!
Terminado o Meet & Greet, fomos conduzidos de volta para a pista. Chegamos bem no final do show do Ghost, dando tempo de ver o Alice in Chains completo, o que pra mim foi ótimo. Logo depois veio a grande atração da noite, o Metallica.
Escrevendo esse texto me dei conta que não me lembro muito do show em si. Eu tenho detalhadamente tudo que houve antes e depois, mas a apresentação ficou meio embaralhada na memória. Talvez por ter visto bem na lateral do palco, sem uma visão muito boa, talvez por estar preocupado demais com a minha mochila e não perder a câmera ou meus CDs autografados.
Mas uma coisa eu recordo bem. No fim do show, já nos agradecimentos, o Lars foi até o lado do palco que eu estava e, eu tenho certeza, apontou pra mim, provavelmente porque The Memory Remains esteve no setlist. Pode ser uma viagem da minha cabeça? Provavelmente, mas eu prefiro viver nessa doce ilusão.
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