Dez bandas de metal fazendo covers de músicas “não-metal”

Esse post foi publicado originalmente no dia 13 de julho de 2017 em um projeto que não está mais on-line. Trarei esse e outros textos que estão escondidos no meu portfólio para uma vez mais olharem a luz do dia.

No dia 13 de julho, que coincidência ou não é hoje, é celebrado o dia mundial do rock, como muitos de vocês já devem saber. Provavelmente sairão diversos “top 10” por ai das melhores bandas, melhores músicas, etc. Mas que tal pensar um pouco diferente, afinal nada mais rock’n’roll do que sair do habitual, não?

Para tanto foquei nas bandas que fazem um som mais pesado, o bom e velho Heavy Metal, mas em momentos onde elas não estão candando seus maiores hinos ou músicas que as definem. São bandas de metal criando suas versões de músicas de outros artistas e estilos: de um rock progressivo do Kansas até o dance do Village People, temos muita coisa de qualidade. Sempre é interessante conferir essas releituras que dão outra roupagem e outro significado para algumas melodias, tanto como fã das bandas que fizeram o cover, como fã da banda homenageada.

Não tenho a menor intenção de selecionar os melhores covers, existem diversas outras bandas e músicas que poderiam entrar aqui. Só aumente o volume e aproveite o som!

My Sharona

Original: The Knack
Album: Get the Knack -1979

Cover: Hammerfall
Álbum: No Sacrifice, No Victory – 2009

O Hammerfall é uma banda sueca criada em 1993 e teve seu primeiro álbum lançado em 97, “Glory to the Brave”. Uma olhada rápida nas capas dos discos já entrega o estilo da banda: letras sobre cavaleiros medievais, heróis, lutas épicas e espíritos de batalha indomáveis. Apesar de soar meio clichê (e é mesmo), é uma banda divertida pra caramba de ouvir. Músicas como “Hearts on Fire” ou “Blood bound” vão fazer você se sentir o maior do cavaleiro do rei, paladino da justiça e perseguidor da esperança!

É assim que “My Sharona”, cover da banda The Knack destoa bastante do trabalho padrão dos caras. Particularmente, acho que essas são os melhores covers.

Maniac

Original: Michael Sembello
Álbum: Flashdance OST – 1983

Cover: Firewind
Álbum: The Premonition – 2008

Os anos 80 foram incríveis em nos trazer filmes que marcaram não só a geração da época como as que vieram na sequência. Podemos dizer que o filme Flashdance se encontra nesse grupo, por músicas que ainda hoje fazem sucesso em festas retrô ou em algum vídeo engraçado no Youtube.

Uma dessas músicas é “Maniac”, que foi repaginada pelas mãos da banda grega Firewind, fundada em 1998 pelo guitarrista Gus G, que até pouco tempo atrás era o guitarrista da banda do Ozzy Osbourne. O mais curioso é que o cover se tornou umas das músicas mais conhecidas do grupo, sendo a canção mais tocada na página do grupo no Spotify.

Dancing With Tears In My Eyes

Original: Ultravox
Álbum: Lament – 1984

Cover: Avantasia
Álbum: Lost In Space (Chapter 1 & 2) – 2008

O Avantasia é o projeto criado por Tobbias Sammet (Edguy) e que nasceu como a materialização do Power Metal na sua forma mais pura, trazendo os maiores nomes do gênero em dois discos impecáveis. Nas obras seguintes, o projeto saiu do lugar seguro e trouxe sons mais variados, mas ainda assim de ótima qualidade. O mais recente lançamento deles foi “Ghostlights”, do ano passado.

Em 2008 o Avantasia lançou um disco com algumas versões alternativas de músicas já lançadas, sobras de gravações e covers, dos quais destaco “Dancing With Tears In My Eyes”, gravado originalmente pelo Ultravox, banda formada nos anos 70 na Inglaterra e viaja pelo estilos new wave, rock e eletrônico.

In the Navy

Original: Village People
Álbum: Go West – 1978

Cover: Alestorm
Álbum: In the Navy (Single) – 2013

Os escoceses do Alestorm são o que poderíamos chamar de “Metal Pirata”. A banda, que também traz alguns elementos de folk em suas canções, foi formada em 2004 e, em 2013 resolveu gravar uma versão para a música “In The Navy”, do Village People. É, esses mesmo que você lembrou, de YMCA e Macho Man.

A música foi gravada em 1978 e, após o lançamento, a própria Marinha dos Estados Unidos entrou em contato com a banda para usar a canção nas propagandas de recrutamento. O empresário do grupo na época concordou em dar os direitos da música de graça, desde que a Marinha cedesse locações para a gravação do videoclipe. Assim a banda pode usar a base naval de San Diego para gravar o vídeo. Por outro lado, “In the Navy” acabou não sendo usada nas propagandas, tendo a Marinha preferido manter os anúncios tradicionais.

The Sound of Silence

Original: Simon & Garfunkel
Álbum: Wednesday Morning, 3 A.M. – 1964

Cover: Nevermore
Álbum: Dead Hearth in a Dead World – 2000

A música “The Sound of Silence” é uma melodia bastante triste, gravada em 1964 por Simon & Garfunkel. A letra pode ser interpretada como uma falta de habilidade das pessoas se comunicarem de verdade, replicando o conceito de “sozinho na multidão”. Uma canção de mais de 50 anos e que se mantém extremamente atual.

Essa temática casa muito bem com o que costumava fazer os americanos do Nevermore, que gravaram o cover no excelente “Dead Hearth in a Dead World. A proposta casa tão bem com a banda de metal que por muito tempo pensei que fosse uma canção original deles, até saber quem eram os autores originais.

Enjoy the Silence

Original: Depeche Mode
Álbum: Violator – 1990

Cover: Lacuna Coil
Álbum: Karmacode – 2006

Outro caso onde o cover faz tanto sucesso que passa a fazer parte do repertório fixo da banda. O Lacuna Coil fez essa versão de “Enjoy the Silence” e praticamente transformou a música em algo que eles mesmo poderiam ter gravado. Desde o lançamento de “Karmacode”, álbum onde a música se encontra, ela é presença certa nos shows da banda italiana.

Lookin’ Out My Back Door

Original: Creedence Clearwater Revival
Álbum: Cosmo’s Factory – 1970

Cover: Children of Bodom
Álbum: Skeletons in the Closet – 2009

Devo admitir que a tarefa mais difícil dessa lista foi escolher só uma música dos finlandeses do Children of Bodom, banda que possui uma vasta lista de covers, que vão de Slayer até Britney Spears. E o que eu mais gosto da banda é que eles não se importam muito em “parecerem metal”, sabendo não se levar a sério nos momentos certos.

Esse espírito “zueiro” fica claro nesse vídeo de” Lookin’ Out My Back Door”. Me diga quantos vídeos de bandas de Death Metal Melódico finlandês tem um solo de banjo?

Take on Me

Original: A-ha
Álbum: Hunting High and Low – 1985

Cover: Northern Kings
Álbum: Rethroned – 2008

Ainda em terras finlandesas, o projeto Northern Kings reuniu quatro músicos de renome no cenário musical do país: Tony Kakko (Sonata Arctica), Jarkki Ahola (Terasbetoni), Marco Hietala (Nightwish) e Juha-Pekka Leppäluoto (Charon). O grupo lançou dois albuns entre 2007 e 2008, somente com covers de músicas pop famosas. Além de Take on Me, algumas que merecem destaque são “We Don’t Need Another Hero”, “Kiss from a Rose” e “May Way”.

Em 2010 surgiram rumores que um terceiro álbum seria lançado, incluindo músicas inéditas, mas nada de concreto foi feito no final das contas.

Ring of Fire

Original: Johnny Cash
Álbum: Ring of Fire: The Best of Johnny Cash – 1963

Cover: Dragonforce
Álbum: Maximum Overload – 2014

Eu estou longe de ser um grande entendido musical mas desde que Marc Hudson assumiu os vocais do Dragonforce, a banda melhorou substancialmente, pelo menos no meu gosto. Os três álbuns de estúdio lançados até agora mostram uma qualidade que eu não ouvia nos anteriores.

É nesse cenário que a banda fez em 2014 um cover do lendário Johnny Cash. Como você pode supor, as duas versões são bem diferentes, mas esse é um dos casos onde fico feliz ao ver uma banda adaptando outros sons para o seu estilo.

Carry on a Wayward Son

Original: Kansas
Álbum: Leftoverture – 1976

Cover: Anthrax
Álbum: For All Kings B-Sides (Single) – 2017

O Kansas é uma banda de rock progressivo do começo dos anos 70 e que está na ativa até hoje. Provavelmente existe um pessoal mais jovem que conheceu os caras por “Carry on a Wayward Son” (eu me incluo nesse grupo), pela canção estar presente no Guitar Hero 2 — e era uma das faixas mais divertidas de tocar. Alias, se teve algumas coisas que a franquia das guitarras de plástico fez bem, foi apresentar músicas de qualidade para uma galera mais nova.

A versão do Anthrax dá um peso maior para as guitarras mas é bem similar ao original. Ainda assim não é uma música que eu esperava ver a banda de Scott Ian tocando.



Bruce

Jornalista, Game Designer e perito na arte das piadas de qualidade questionável. Adora sofrer em soulslike, perder horas em jRPGs e passar a vida no Final Fantasy XIV

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