Análise: Slipstream
Os fãs da velocidade que gostam de um ambiente mais retro estão ganhando uma nova opção para descer o pé no acelerador. Slipstream chega no dia 7 de abril para PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Switch – o game já estava disponível no Steam. Publicado pela Blitworks, o game foi desenvolvido pelo brasileiro Sandro Luiz de Paula, conhecido como Andsor.
O game traz um pacote bastante competente de conteúdo com um clima anos 80 e 90 que deve agradar aos fãs de jogos como Top Gear, Outrun e outros nomes da época.
O grande destaque na mecânica de Slipstream é o sistema de derrapagem, o diferencial entre o sucesso e o muro na próxima curva. Podendo ser usado de forma automática ou manual, ter o controle nas curvas é vital para se manter vivo nas corridas. Eu particularmente apanhei um pouco no modo manual e tive mais sucesso usando a derrapagem automática. Vai de cada um, essa configuração é independente do nível de dificuldade.
Outro recurso diferencial é o que dá nome ao jogo, o slipstream. Ficar atrás de outro carro fará com essa barra se acumule. Quando completa, ganhamos um bônus de velocidade, bastante útil para ultrapassagens.
Caso algo saia errado, é possível retroceder no tempo até 5 segundos para refazer alguma parte, e evitar alguma colisão. Contudo, ao contrário de outros jogos, esse recurso não é infinito. Uma vez usado, é preciso esperar alguns segundos para que a habilidade seja recarregada.
No que diz respeito a modos de jogo, Slipstream entrega boas opções. Além das conhecidas opções de Corrida Única, Grand Prix e Desafio de Tempo, o que mais me chamou atenção foi o modo Grand Tour. Nele competimos com um rival até a linha de chegada. Ao terminar a corrida, vencendo ou não, o gameplay continua, e podemos escolher entre dois outros mapas.
Obviamente ao ganhar recebemos um bônus maior no cronômetro e acho bem improvável alguém chegar na quinta corrida com cinco derrotas. O legal dessa modalidade é que ele integra todas as pistas do jogo e diferentes NPCs. Cada jogada será uma rota nova.
O jogo também traz algumas opções de customização, tanto visuais quando de dificuldade, até permitindo reduzir a velocidade do game. Em algumas corridas senti uma certa dificuldade ao perder o adversário de vista, alcança-lo novamente. A sensação é que, quando o adversário dispara na frente, não tinha mais como pegá-lo.
No Multiplayer o game possui suporte para até 4 jogadores local com tela dividida nos modos de corrida única, Grand Prix, Cannoball (uma corrida por vários mapas) e Battle Royale (também disponível no Single Player), no qual o ultimo player é eliminado da prova. Vale frisar que não existe modos online.
Preciso dedicar um espaço para a parte estética do game. Como é fácil perceber todo seu estilo gráfico e musical remetem completamente ao fim dos anos 80, começo dos 90. A mecânica de retrocesso, por exemplo, simula a interface dos antigos videocassetes. No geral os gráficos são muito bonitos para a proposta do título.
Quero ressaltar que mesmo não tido a oportunidade de conversar com Andsor, provavelmente sei que ele é um grande fã da Sega e de Sonic. Logo de cara os menus me lembraram muito os jogos do ouriço azul na época do Mega Drive. Não só isso, mas com pistas como Emerald Hills, Oil Ocean, Ice Cap e Chemical Plant – só para citar algumas – fica difícil não associar. Outros aspectos visuais também deixam muito claro as referências.
Slipstream entrega um bom jogo de corrida arcade, divertido e que deve agradar muito os fãs do estilo. A mecânica de derrapagem é a chave para o sucesso e entender como funciona para tirar o melhor proveito do recurso é essencial para chegar ao topo. Ideal para uma jogada casual mas com conteúdo suficiente para valer o investimento de algumas horas, para desbloquear todos os extras e troféus.
Análise produzida com cópia digital de PS4 cedida pela Blitworks