Análise: Shadow Warrior 3

Em certos momentos da vida, quando o mundo parece que está acabando, as vezes a gente só precisa de um pouco de diversos. Mesmo que um dragão gigante tenha aparecido e destruído tudo em seu caminho, nada como fatiar alguns demônios para colocar a gente nos eixos, não é? Bom é mais ou menos essa a linha que segue Shadow Warrior 3, novo capítulo da série desenvolvido pela Flying Wild Dog e distribuido pela Devolver Digital. O game está disponível para PS4, Xbox One e Steam, e conta com textos e legendas em português.

Nunca havia experimentado nada da série então não sabia exatamente o que esperar. Minha felicidade foi encontrar um FPS extremamente frenético, que por momentos me lembrou a levada de DOOM (2016), mas muito mais colorido e que não se leva a sério nem por um minuto. O game pode não ser inovador no gênero, mas aplica muito bem o que se propõe a fazer. E no fim das contas é isso que importa, não?

Shadow Warrior 3 se passa diretamente após o segundo jogo – e aqui vai algum spoiler do game anterior: o grande dragão que aparece no final de SW 2 está por ai rodando pelo mundo e trazendo o apocalipse no processo. O protagonista Lo Wang, já havia desistido de tudo, só se remoendo e esperando tudo acabar. Uma inesperada aliança com Zilla, antagonista das outras histórias, dá inicio a jornada para derrotar a besta gigante.

Dai para frente, bem, a vida segue. Shadow Warrior 3 é um jogo no qual a galhofa impera de forma recorrente. Diálogos caricatos, piadas infames e situações cômicas estão presentes ao longo de toda a campanha. Alguns podem até dizer que Lo Wang fala demais e que pode ficar um pouco chato. Para mim isso nem passou perto de ser um problema. Chega no nível Tiozão do pavê? Chega, mas ai vai de cada um.

Falando do gameplay, o fluxo do jogo alterna entre arenas e pedaços de plataforma, em uma progressão bem linear. Mate monstros, pule obstáculos, mate mais monstros e continue até encontrar um chefe. Depois repita o processo. Shadow Warrior 3 brilha na hora de enfrentar esse demônios.

Com uma combinação de golpes de espada com armas de fogo, a proposta é sempre pular no meio da confusão. Enquanto em uma mão você tem sua espada para fatiar tudo e a todos, na outra carrega suas armas de fogo, que são ganhas ao longo da campanha e que podem ser alternadas rapidamente – no PC é só usar o scroll do mouse. E nem se preocupe com munição, a ideia é partir pra cima e recuperar as balas ao fazer eliminações. A troca de armas é uma constante.

Mas há um algo a mais nesse pacote. As diferentes armas são em sua maioria bastante efetivas, tento seu espaço de uso e momento ideal, no qual é possível tirar o melhor proveito delas. Dessa forma, apesar da aparente “loucura” da ação, é preciso sim pensar nas ações para podermos ter o melhor proveito da situação.  O que torna o combate bastante recompensador e divertido.

O game também traz um sistema de upgrade das armas, através de pontos ganhos após pontos específicos ou escondidos pelo mapa. É algo simples, mas que consegue trazer uma boa variedade para as suas ações, adicionando novos ataques no geral bem interessantes.

Nisso tudo ainda existem as finalizações, que adicionam um fator interessante. Muitas delas vão dar ao jogador um power-up para ser usado na sequencia. Com um dos primeiros inimigos, por exemplo, arrancamos o olho dele, que vira uma bomba de gelo, que congela todos os alvos na área ao ser arremessado.

No aspecto técnico Shadow Warrior 3 faz um bom trabalho, com gráficos muito bonitos e bons efeitos visuais (as vezes até um pouco demais em algumas lutas). A trilha sonora também ajuda muito a imergir na ação.

Shadow Warrior 3 é um jogo bem direto no que faz. Podemos até dizer que a campanha é curta (de 8 a 10 horas), mas ela tem a duração exata para mostrar tudo o que o jogo tem a dizer. Nesse sentido me lembrou muito Titanfall 2. Dessa forma, não dá tempo de ser repetitivo e e como sempre algo novo está acontecendo, o jogo evita se tornar maçante por repetir uma fórmula até não poder mais. Contudo, infelizmente uma vez terminado, não há muito mais o que fazer, talvez tentar uma nova dificuldade.

Na parte técnica, o jogo é bem competente. Não tive problemas de performance, mesmo meu PC já sendo meio velhinho – mas tive que fazer algumas concessões gráficas, evidentemente. Ainda assim toda a parte visual é muito agradável. Único ponto que pega é que por vezes temos muitas coisas na tela ao mesmo tempo e ai é rezar pra sair vivo.

No geral, para quem busca um FPS para não se preocupar muito com builds e complexidades e só quer tocar um pouco de fogo no mundo, Shadow Warrior 3 é uma boa pedida.

 

Análise produzida com cópia digital de PC cedida pela Devolver Digital



Bruce

Jornalista, Game Designer e perito na arte das piadas de qualidade questionável. Adora sofrer em soulslike, perder horas em jRPGs e passar a vida no Final Fantasy XIV

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